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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ainda Há Esperanças...


Nem tudo está perdido!

Ainda há gente séria e, principalmente, jovem, que leva a sério a simplicidade das Escrituras e a fidelidade à Palavra de Deus, sem se prender em esquisitices e loucuras para obter a aprovação geral.

Neste domingo (25/09) pela manhã tive uma experiência marcante.

Eu estava visitando Teresópolis, minha cidade natal, e resolvi então cultuar a Deus pela manhã em uma das igrejas da cidade, onde um amigo meu estaria pregando. Um jovem, de apenas 21 anos, seminarista, rapaz que admiro pela seriedade, simplicidade e sobriedade com que vive o evangelho.

Chegamos cedo, eu e Marcia, e aguardamos o início do culto, que logo começou. Veio o período de louvor e, graças a Deus, as músicas não comprometeram, apesar do som altíssimo que nos impedia de ouvir a congregação e até mesmo o irmão ao lado cantando. Infelizmente ainda há gente que confunde barulho com “poder”. Depois da ministração dos cânticos e de um período de oração chegou a hora da pregação da Palavra.

Meu amigo assumiu o púlpito com humildade e convicção. Dava pra perceber que ele sabia exatamente o que iria falar e onde queria chegar, características esquecidas hoje por muitos que sobem em suas plataformas e “altares” sem ter a mínima noção do que falar e acabam por ferir a simplicidade do Evangelho.

A pregação foi simples, profunda e totalmente bíblica. O jovem falou dos perigos da falsa espiritualidade, tendo como base o encontro de Jesus com o jovem rico. Sua mensagem foi clara, corajosa, sem medo do que pensariam dele após o sermão. Disse o que tinha que ser dito, deixou que a Bíblia falasse, citou vários textos bíblico que corroboravam o que falava, sem “forçar” nenhum deles em seu contexto. Pregou, como há anos não ouvia um jovem pregando. Falou ao coração de muitos naquela manhã. Saí de lá satisfeito... e feliz por simplesmente ser seu amigo.

Estou falando de Raphael da Rocha , seminarista da Igreja Batista em Barra do Imbuí, em Teresópolis. E estou contando essa história aqui por dois motivos.

O primeiro é a necessidade que temos de dizer que ainda há esperanças. Há gente boa se formando. Há gente nova comprometida com a verdade e com a simplicidade das Escrituras. Nem tudo está perdido! Nem tudo está repleto de falcatruas, “unções” e “moveres” que passam distante do Espírito Santo. Há um remanescente fiel, há os “sete mil que não dobraram o joelho ao Baal” das teologias loucas que visam apenas crescimento numérico e poder centralizado nas mãos dos “déspotas iluminados” do cristianismo hodierno e horrendo que assistimos boquiabertos.

Em segundo lugar, porque tenho recebido muitos e-mails de gente nova que não suporta mais os caminhos tortuosos que a igreja tem trilhado no Brasil. Quero falar da alegria que me enche o coração em ver essa “molecada” querendo um evangelho simples, mas profundo, comprometido em sua essência com a Palavra, sem dar ouvidos às insanas unções e revelações que têm minado a fé evangélica em nosso país. Como faz bem ver gente nova, saindo da adolescência, que já percebe o quão perniciosos são esse movimentos que andam por aí, travestidos de ovelhas, mas que são lobos por dentro.

Infelizmente, muitos tiveram que viver na pele as desilusões, decepções e desastres que essa caricatura de cristianismo tem causado. Muitos me escrevem feridos, machucados, desiludidos com a igreja, porque serviram de joguetes nas mãos de seus líderes. Usando um termo que ouvi do Pr. Ricardo Gondim há muitos anos, eles eram “peõs no imenso tabuleiro do xadrez eclesiástico, cujo único interesse é defender o rei, que no caso são os mandatários da religião”.

Mas, pela graça, muitos estão sendo restaurados e estão vivenciando o evangelho em sua plenitude e simplicidade, de forma bonita, pela graça e não mais dependentes da justiça própria que a religião nos impõe.

Nestes, eu vejo a palavra de João se cumprindo: “Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, a Palavra de Deus permanece em vós e tendes vencido o maligno”. Nestes eu vejo a oração de Jesus se cumprindo: “santifica-os na verdade, a TUA PALAVRA é a verdade”.

Graças a Deus, ainda há jovens que não se venderam aos moveres esquisitos e monstruosos que assolam a igreja, à insanidade dos mantras evangélicos, ao poderio assustador dos “apóstolos” de si mesmos, à paixão adolescente que marcha, pula e grita sem conteúdo, ao senhorio das “estrelas” do evangelho, ao desmando dos reis desse enorme tabuleiro eclesiástico que a igreja se tornou.

Aos muitos “Raphaéis” que estão espalhados no Brasil, o meu desejo e as minhas orações para que permaneçam fiéis ao Deus da Palavra e à Palavra de Deus. Por causa de vocês, hoje há um cântico de louvor em meus lábios, grato ao Senhor por estar levantando, em meio à “geração apaixonada”, uma outra geração que, amadurecida apesar da pouca idade, ama ao Senhor com integridade, dignidade e simplicidade.

Deus seja louvado por suas vidas!

NEle, que nos renova sempre,



 
 
 
 
 
 
 
Por: José Barbosa Junior

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